Manter a actividade é fundamental!
É importante que os idosos promovam rotinas que melhor desenvolvam competências físicas e imunitárias para uma vida agradável e saudável durante as estações mais frias que se aproximam.
Quando o verão chega ao fim não devemos deixar de falar nos grandes temas para as quais acordamos na estação que está prestes a terminar: alimentação, exercício físico, práticas desportivas, enfim, todas as actividades de vida saudável agradáveis na praia e ao ar livre.
Para os mais idosos, a preparação para o outono e inverno deve privilegiar rotinas diárias que melhor desenvolvam competências físicas e imunitárias para uma vida agradável e saudável através dos períodos mais frios que se avizinham.
Felizmente, a esperança de vida que rondava os 55 anos em 1950, anda agora perto dos 80. Quer isto dizer que vivemos mais anos e, graças às conquistas da medicina e das melhores condições de vida, cada vez com melhor qualidade.
A antiga marca temporal que sinalizava os 65 anos de idade como a data em que se entrava na terceira idade, passou a não fazer grande sentido.
De facto, cada vez mais pessoas com 65 e mais anos se sentem jovens e fazem uma vida com actividades profissionais, sociais e lúdicas em pleno.

‘Active aging’ ou dependência
Terceira idade e velhice passaram a ser termos que têm menos a ver com a idade cronológica e mais com o grau de dependência e de fragilidades adquiridas e a menor ou maior capacidade de ter uma vida activa.
Parece assim importante distinguir este grupo, em que graus variáveis de dependência ou doença crónica implicam fragilidades adquiridas e recomendam condições específicas alimentares e de exercício físico, do outro grande grupo em que a idade tem cada vez menos importância, e se procura, individualmente, o chamado “active aging”, ou seja, a aquisição de rotinas de vida que promovam a manutenção de boa forma física.

Realizar uma avaliação global
O antigo conceito de “check up” deu lugar à avaliação global onde, às rotinas médicas e laboratoriais se juntam a avaliação funcional, cognitiva e sócio-ambiental.
Esta é uma boa altura do ano para realizar uma avaliação global, por forma a detetar algum problema que necessite de correção ou alterar e melhorar o potencial individual.
Deve ser incluída a avaliação do estado imunitário, suscetibilidades individuais e estabelecimento de um programa de vacinas preventivo de infeções respiratórias próprias desta época do ano.
Não se deve esquecer que nas pessoas mais frágeis e com doenças crónicas, as vulgares constipações e gripes podem tornar-se bem mais graves, pelo que a melhor maneira de controlar as complicações continua a ser a prevenção.

Dieta variada e exercício
Recomenda-se uma alimentação variada com muito peixe, legumes coloridos, fruta e um mínimo possível de sal e de açúcar.
A hidratação é importantíssima: beber muita água é o melhor mas outros líquidos podem servir, se não tiverem açúcar e álcool.
O perímetro abdominal (o conhecido “pneu”) não traz só problemas estéticos, sendo hoje considerado um dos principais fatores de risco a evitar, pelo que se recomenda a ingestão de poucas calorias e a realização de exercício físico suficiente.
O exercício físico deve ser orientado e adaptado às capacidades individuais: lembre-se que já não está na fase dos campeonatos. Elasticidade, flexibilidade e alongamentos estão na ordem do dia. A musculação deverá ser quanto baste para manter o tónus muscular.
O exercício físico deverá ser feito com regularidade e com a duração de, pelo menos, 40 minutos em cada sessão. Não esquecer a velha máxima: “mente sã em corpo são” – o exercício é um excelente antidepressivo.
Aliás, o exercício é, também, intelectual e social: o isolamento é um dos grandes sinais precoces de velhice frágil. Ler, jogar, sair com amigos, frequentar tertúlias, clubes, associações, ir ao cinema…, tudo é bom e faz bem, não se isole. O nosso clima, mesmo no inverno, é ameno.
Porque não acompanhar a “rentrée” com um real regresso às aulas, à frequência de cursos, de formações em temáticas que sempre tenha querido fazer e para as quais nunca teve tempo?

Artigo publicado na revista IESS